terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Um getting na trilha do Perequê. OK, GO!

Meados de fevereiro e, a essa altura, muita gente já deve estar de malas prontas para zarpar da #neopseudoanarcobabilôniapaulistana (comparada à década de 1960), onde hoje todos erguem suas bandeiras como querem, podem e conseguem. Seja por causas sociais, ambientais, por políticas públicas, educacionais e culturais, como também faz, e nesse caso literalmente, a porta-bandeira de uma escola de samba, das várias que desfilarão suas ideologias, sonhos e fantasias, no Sambódromo do Anhembi. Que seja pelos 100 metros quadrados do quarteirão de casa, todos, sem nenhuma exceção, levantam suas bandeiras com a dignidade nata e pluraziada do povo brasileiro, como conseguem. O mesmo povo que chora quando tem que chorar, ri quando tem que rir e que sacode a poeira quando a água bate na b.... ops, poupança, já que pode ter leitor com menos de 12 anos e não é de bom tom dar mau exemplo. E como ninguém é diferente de ninguém, a maior expressão pop cultural brasileira taí e a pergunta mais frequente nas últimas semanas foi e ainda será: "vai viajar no Carnaval?" Uns vão, pelo direito do livre arbítrio de irem para onde bem entenderem. Outros ficam, pela mesmíssima razão. Para os que vão, chequem os sites de meteorologia e condições de trânsitos aéreo ou rodoviário, ou os pneus e os cintos de segurança, e façam boa viagem ao destino carnavalesco escolhido, com o Deus que fizer sentido para cada um de nós. Para os que ficam, também. À estes, vai ter baile, blocos e mais blocos com suas marchinhas por toda a megalópole, restaurantes para serem revisitados ou conhecidos, parques, cinemas, teatros e museus com programações especiais, o próprio Sambódromo do Anhembi, já citado, e por que não uma trilha para trekkers bem próxima à São Paulo?
Sugiro a dica de uma dica, das melhores que já tive e sigo, como dica: a Trilha do Vale do Rio Perequê, no parque de mesmo nome, em Cubatão. Diferente do que a maioria pensa, a cidade entre a região metropolitana e a Baixada Santista não é sinônimo de reduto unicamente industrial. Os quase 700 metros de subida parque adentro e acima guardam lugares preservados de Mata Atlantica, rios e cachoeiras de águas límpidas e nem tão geladas assim, já que a previsão, segundo o Climatempo, é de máximas acima de 30º pra esse feriadão.
Ainda de acordo com os relatos encontrados no google, depois de avançar sucessivas cristas e de descortinar novas perspectivas nos contrafortes serranos, a pernada finda próximo do quase 1 km de Mata Atlântica por bem pouco, intacta, não fosse o ar, denso, dos resquícios do polo industrial. Mas, não por isso, o topo da trilha deixa de ser o ápice do ápice. Pelo contrário, o alto desse cume auto-limpante pela umidade das gotículas que respingam da Véu de Noiva, a cachoeira mais alta do percurso, com uma queda de aproximados 80 metros de água, é doce.
Se subir mais um pouquinho, dizem que dá para avistar a Serra de Paranapiacaba, o Vale do Mogi e Quilombo, toda a Baixada Santista recortada em mangues, canais, indústrias, pólos habitacionais e, lá no fundo, o porto de Santos. A ida e a volta de Sampa podem ser de carro, pela Anchieta ou Imigrantes, ou de busão, que sai do Terminal Rodoviário do Jabaquara e volta pela Rodoviária de Cubatão. O importante é ir bem cedinho, entre 6h e 7h, no máximo, e calcular o tempo do retorno proporcional ao da ida, antes de escurecer. E o mais bacana: a entrada no parque é gratuita. Só chegar e subir pra conhecer toda essa imensidão nos dada de presente pela mãe natureza.
E, pra finalizar as dicas de Carnaval pelo fundo do apogeu democrático, assim mesmo, contraditório, porque tudo é uma questão de ponto de vista, para os que ficam ou vão para uma das quatro capitais mais procuradas desse Carnaval (RJ, SP, Floripa e Fortaleza), tem dicas boas na revista Go Outside, para uma folia com um pegada ecológica, como a dica da minha dica. Independente de qual for o destino de quem fica ou de quem vai, não esqueçam: água e alimentação saudável, roupas leves e confortáveis e calçados adequados. Protetor solar, repelente, kit de primeiros socorros, bússola, GPS (se tiver é sempre bom, mesmo que falhe muitas vezes, pode salvar), lanterna e o que mais for importante de acordo com o lugar. E claro, descarte de lixo consciente, pelo amor à natureza.
Bom, espero ter contribuído a uma reflexão pré-carnaval, de clichezenta que navega no mesmo barco que todo mundo e que às vezes, bem às vezes, tem cérebro de iguana, e muitas, muitas vezes, coração de manteiga, e que apenas decidiu ser mais minimalista, nada além disso. Tudo por um Carnaval e uma vida mais simples, saudável e feliz, só com as suficientes e naturais ironias do destino. Não o carnavalesco, o das coincidências. Sim, elas existem, assim como a responsabilidade de quem escreve e interpreta o que lê. Tudo por mais respeito a tudo isso, ao planeta, às diferenças, à fé, ao cuidado e amor ao próximo, em e por São Paulo, a terra da garoa e do sol, quantas vezes a mãe natureza achar necessário. We're getting. Bom feriado à todos! OK, GO!!!

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