quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Que venha o centenário no Brasil, MB!

Desde o dia 13 de agosto de 1909, há 105 anos, os adeptos ao Bandeirantismo, inicialmente a ala feminina do Escotismo, comemoram sua existência e atuação no mundo, juntos: meninas e meninos. Fundado em Londres, na Inglaterra, por Robert Baden Powell e Lady B.P., a World Association of Girl Guides and Girl Scouts (WAGGGS - Associação Mundial de Escoteiras e Guias) é uma das pouquíssimas ONG centenárias do planeta, com sedes em mais de 140 países. 

O Movimento Bandeirante atua nas frentes de educação não-formal, preservação ambiental e cidadania, de forma sustentável ambiental, social e economicamente. Tem como missão estimular crianças, adolescentes, jovens e adultos a desenvolverem os seus potenciais, como cidadãos críticos, participativos e socialmente responsáveis. É uma organização não governamental sem fins lucrativos, apartidária, que conta com a participação de voluntários que vivenciam o Código e a Promessa Bandeirantes, com unidades para atividades no país todo. 

O método de ensino é o "aprender fazendo", com estímulos de auto-progressão, vida ao ar livre, exercícios de sobrevivência, liberdade de expressão e empoderamento por meio de ações simbólicas e práticas. No Brasil, as sedes da WAGGGS são chamadas de Federação de Bandeirantes do Brasil (FBB), sendo uma no Rio de Janeiro e uma em São Paulo, na vila Madalena, onde coordenei a Comunicação Interna (institucional, assessoria de imprensa e iniciação nas mídias sociais) da campanha dos 90 anos de Bandeirantismo no Brasil e 100 anos no mundo. 

Cinco anos depois de ter cumprido essa missão, evidencio o meu carinho, admiração e desejos de muito mais projetos realizados e muito mais crianças, adolescentes, jovens e adultos, bandeirantes ou não, felizes porque deixam pessoas e lugares por onde passam melhores do que encontram



Foto: Viviane Ávila


FBB e todo o Movimento Bandeirante, 

que vocês continuem firmes e fortes na missão de fomentar a educação não-formal pelo País afora, estimulando que nada é mais evolutivo do que cidadãos conscientes, educados e participativos numa sociedade tão carente dessas e tantas outras necessidades. Sou muito orgulhosa por ter trabalhado com vocês e acompanhado o trabalho que vocês realizam com tanto prazer, com tanto amor, tão de pertinho. Parabéns pelos 95 anos de Bandeirantismo! 

Um beijão gigante e coletivo pra cada um de vocês,
Viviane Ávila

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Plante amor, colha amor: a vida já nos bate o suficiente

A tataravó que batia na bisa, que batia na avó, que batia na mãe, que bate nos filhos. Não a minha, não eu, não a sua, não mais. Mesmo que as tais das "boas" palmadas no bumbum. Mas, muitas por esse país afora ainda batem. Até quando? Não sabemos. Só sabemos que o direito disso não acontecer existe, porque agressão física não é legal. Nem no sentido lícito, muito menos no sentido divertido, e, portanto, ninguém gosta. Nem a tata, nem a bisa, nem a vó, nem a mãe, nem os filhos. Nem os netos, os bisnetos e os tataranetos. Ninguém. Nem de apanhar, nem de bater. 

Contra violência física e suas consequências existem leis de proteção previstas na Constituição Brasileira, no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e até no Código Civil. Mas, como incriminar tatas, bisas, avós e mães que batem, se o fazem porque foram vítima de violência também? Isso é projeção no outro do que aprendeu a receber. Mal exemplo. Mas, NÃO justifica bater. Então como não denunciar? Complexo, não é? 

Pois é. Há uma herança sociocultural aparentemente sem fim sobre princípios morais e amor (e a falta deles, às vezes pouco, às vezes muito) entre famílias, das "piores" às "melhores", que insistem justificar a violência em vez de ao menos tentar cortar o ciclo vicioso enraizado por gerações e gerações. 

E contra isso, o que nós fazemos? Queimamos em praça pública as mães violentas e continuamos presos no padrão "olho por olho, dente por dente"? Não! Porque não podemos esquecer que a mãe violenta de hoje foi a vítima da violência de ontem. E, também, porque problemas de família são privados e em sua maioria não são casos de polícia, mas de ajuda psicológica. Claro que não é de "ema, ema, cada um com seus problemas" que falo, mas de bom senso. 

Estabelecer limites de envolvimento familiar alheio é importante. Assim como é sábio denunciar quando os limites de violência na "casa do vizinho" extrapolam. Sim, para não assistirmos de camarote mais um caso como o de Bernardo Boldrini, o menino gaúcho de 11 anos cujo o pai, madrasta e uma amiga dela são acusados pelo seu assassinato, em abril deste ano, na cidade de Três Passos (RS). 

Para evitar casos assim, denunciemos aos Conselhos Tutelares, e à polícia se for o caso, se não por amor ao próximo, em favor de uma sociedade nada violenta e mais justa já é o suficiente, mas denunciemos. Porque se as estatísticas de violência física doméstica de pais para filhos só aumentam a cada ano, imaginemos o que acontece dentro das casas de famílias diariamente e que não entram nas estatísticas. 

O problema já se tornou de Saúde Pública, há muito mais tempo que todas as gerações anteriores esperaram. Porém, em 2003, o Poder Legislativo se preocupou em abrandar a questão "crime" e propôs o Projeto de Lei 7672/2010A, com início de tramitação em 2010.  Moroso? Imagina! Conhecida como "Lei Menino Bernardo" ou "Lei da Palmada", esse PL foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 21 de maio de 2014, 11 anos depois de proposto, e criado para proibir o uso de castigos físicos ou tratamentos cruéis ou degradantes na educação de crianças e adolescentes. O objetivo também é evitar consequências irreversíveis, bizarras, cruéis e inadmissíveis, como a morte de Bernardo e tantas outras crianças que morreram assassinadas por seus pais ou qualquer outro grau de parentesco ou laço afetivo familiar. 

Relatado pela deputada Teresa Surita (PMDB-RR), o projeto de lei prevê que pais que maltratarem os filhos sejam encaminhados a um programa oficial de proteção à família e a cursos de orientação, tratamento psicológico ou psiquiátrico, além de receberem advertência. A criança que sofrer a agressão, por sua vez, deverá ser encaminhada a tratamento especializado. 

A proposta prevê ainda multa de três a 20 salários mínimos para médicos, professores e agentes públicos que tiverem conhecimento de agressões a crianças e adolescentes e não denunciarem às autoridades. Ou seja, cumplicidade vai custar caro. Da Câmara, o projeto aprovado segue para votação no Senado. Enquanto isso, milhões de crianças seguem apanhando Brasil afora. E, a nós, cabe plantar amor, para colher amor. Educar olhando nos olhos, a base do respeito mútuo e igualitário de bons diálogos, e denunciar, sempre que o bom senso achar necessário. Porque a vida já nos bate o suficiente. 


terça-feira, 20 de maio de 2014

E assim, o Semper Parata segue

Perto de completar um ano de protesto em forma de "luto" por uma nação aparentemente eternamente adormecida em berço esplêndido e sem nenhuma vontade de acordar, quiçá levantar, o Semper Parata segue, observando. E refletindo, de vez em quando, por aqui. E observando, refletindo e botando a boca no trombone por aí, em forma de Vivi (ane Ávila), Gui (lherme Iacovino) e Su (sana Contieri).

Hoje, uma historinha de 4 personagens bem familiares: Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um e Ninguém

Havia um importante trabalho a ser feito, e TODO MUNDO tinha certeza que ALGUÉM o faria. QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fez. ALGUÉM zangou-se porque era um trabalho de TODO MUNDO. TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo. No final TODO MUNDO culpou ALGUÉM porque NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.

E assim, o Brasil dorme, do jeitinho mais brasileiro de ser e não acontece como poderia. 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Das Pequenas Velas Acesas

              De fato, nunca me interessei por manifestações em terras tupiniquins. Faltava um condão de veracidade e vontade nestas. Aquele rastro de luz, em meio ao blecaute intelectual, para focar a atenção e determinar um caminho a ser seguido. No fim, após longos anos em profunda escuridão, o brasileiro encontrou uma pequena vela, de R$ 0,20, que lhe abriu os olhos e lhe fez repensar sobre o cotidiano.

              Em São Paulo, os R$ 0,20 foram a chama de consciência para os aumentos abusivos ocorridos nos últimos anos, sem uma melhoria efetiva do transporte público. Ademais, juntou-se os exagerados discursos sobre a Copa das Confederações realizados por emissoras de televisão e por "artistas esportivos", isto é, comentaristas - em sua maioria -, intelectualmente debilitados que acreditam que estádios são mais importantes do que hospitais.

              Difícil ficar cego frente a duas situações tão díspares. O esporte deve agir como forma de entretenimento e não como um pano escuro de teatro, o qual não permite observar a movimentação no camarim.

              Stephen Colbert, do programa americano Comedy Central, foi irônico ao questionar a razão de nossa insatisfação diante de ícones como Pelé, o Cristo Redentor e o samba de Carmem Miranda. Em determinada parte de seu programa, também nos satirizou com nossa preocupação pela estética e por nosso, em seus dizeres, desejo insaciável por sexo.

               Você e eu sabemos que o Brasil não se resume a estas insignificâncias, mesmo que a mídia as propague reiteradas vezes, em diversos horários, com a tonalidade global. Trata-se, ao meu ver, de um povo em busca de conhecimento e reconhecimento em diversas áreas, das artes à tecnologia, com suas diversidades advindas da extensão de nossa pátria. Um País que busca se globalizar e ser mais influente com o pensar e não com o jogar.

               E, mesmo que seja em um jogo, que seja mais competitivo e que efetivamente demonstre vontade de vencer. Pare de brincar - sempre. De sorrir - sempre. Sorria quando seus objetivos forem alcançados. A pequena vela que guiou milhares, apagou-se em tempo. Outras surgirão e devem, também, movimentar e nortear a solução de novas questões.

               Pelo menos, estes são os votos de quem vos escreve.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Todo dia é dia!

Todo dia é dia! 

E...

"Nesse dia mundial do meio ambiente eu gostaria de falar do tempo. Não, não vou falar do aquecimento global que coloca em xeque o modelo de desenvolvimento que o ser humano construiu até agora. Quero falar do tempo da vida, do tempo das coisas...

Há 41 anos que as nações do mundo se reuniram em Estocolmo pela primeira vez na história da humanidade para discutir, em nível global, a questão ambiental. Para uma rocha, 41 anos não é nada, mas para uma borboleta, isso é muito tempo! Na pauta ambiental, cada dia a mais é um dia a menos, porque algumas coisas simplesmente não esperam... os processos naturais tem seu próprio ritmo e a sua própria dinâmica... e como é sábia a natureza!

E para nós, sociedade globalizada, conectada, consumista, não muito idealista, mas bastante competitiva, 41 anos ainda não foram suficientes para gerar as transformações que necessitamos para garantir a nossa própria sobrevivência coletiva, afinal, necessitamos de recursos naturais e de um habitat para viver!

Isso é muito sério e talvez seja por isso que não consigo relaxar e simplesmente comemorar o dia mundial do meio ambiente. Há muito a ser feito, os avanços são tímidos, existe uma miopia coletiva para muitos temas dessa pauta, os governos são reativos, a participação da sociedade civil ainda é tímida para o tamanho do desafio, muitas decisões são tomadas com base em interesses, nem sempre legítimos e assim, o quadro vai perdendo a cor e o alimento vai perdendo o sabor...

Que o dia 5 de junho de 2013 marque o tempo da mudança! Que não demoremos mais 41 anos para fazer acontecer de verdade as mudanças que já sabemos que precisamos fazer acontecer! Que a cada ano que se passe, tenhamos mais motivo para lembrar e comemorar um dia que mudou nossas vidas... e esse dia pode ser um dia qualquer, então, que seja hoje!

Gostaria de cumprimentar e parabenizar todas as pessoas que direta ou indiretamente, profissional ou voluntariamente, em casa ou no trabalho, nos dias úteis ou inúteis, fazem alguma coisa para mudar, para melhorar... e que fazendo isso, encontram sentido em ações que podem parecer pequenas, mas que no coletivo, podem ter grande repercussão!

Para mim, mais do que nos outros 364, hoje é dia de falar menos e fazer mais!"


Texto de Flavio Ojidos, consultor ambiental da Ojidos & Marinho.

Toda reforma só acontece de dentro pra fora

Muito se fala em crise mundial política e econômica. Pouco se fala quando, onde, como e porque começou. Quer dizer, a História e o Jornalismo descrevem tudo isso cronologicamente, inclusive, mas a narrativa desse texto não será a cronologia dos fatos no âmbito geopolítico-econômico mundial. A questão será a falta da compreensão do cerne da problemática. O ser humano ainda não se deu conta que o maior ativo das galáxias, a natureza com seus infinitos recursos naturais, são fontes esgotáveis, mesmo que a vaidade e a ganância por poder, inerente em muitos seres humanos e travestidas de desenvolvimento apenas queiram que sejam inesgotáveis. 

O mundo passa por uma crise existencial que precisa ser combatida por uma consciência coletiva revolucionária antes que se autodestrua. As nações e seus povos não conseguem chegar em consensos de desenvolvimento versus preservação social e ambiental para um desenvolvimento geopolítico-econômico efetivamente sustentável. Porque ainda não entenderam que Sustentabilidade é formada por um tripé: social, ambiental e econômica. E que uma depende da outra. E que, principalmente, cada local tem as suas peculiaridades culturais.

Os atuais modelos de sistemas político e econômicos estão aparentemente ultrapassados, e constantemente culminam em manifestações com pautas muito específicas, embora conectadas com o coletivo que interessa a parcela da população diretamente afetada, mas nada interessante à hegemonia capitaneada pela Economia sem precedentes. No Brasil, principalmente. Vide as manifestações civis que permeiam o País há alguns poucos meses, levando milhares de pessoas principalmente jovens às ruas, mas aparentemente sem efeito mais amplo e efetivo politicamente social, mesmo que o aumento dos 20 centavos na passagem do transporte público tenha sido adiado e isso seja uma conquista. 

A massa é manipulada pela grande mídia. As lutas de classes parecem perder forças. O neoliberalismo já nasce falido no quesito sustentabilidade em seu tripé. Mas e aí, sentamos e choramos? Perdemos a ternura? Desistimos? Jamais! Primeiro, nesse momento de união de forças não podemos esquecer que a racionalidade e a inteligência, principalmente a emocional, são fatores indispensáveis para alguma solução efetiva na Política: a sua reforma. Mas, para isso, o brasileiro precisa de uma reforma íntima. Aquela que acontece de dentro pra fora. De valores não monetários. De real valor de igualdade: o do sentimento de querer realmente que todos avancem e não apenas um ou outro.

Aos que tem oportunidade de acesso à informação, precisamos deixar de ser omissos, acomodados, mal acostumados a só reclamar, sem nos culpar pelo tempo que o sistema nos engole para o avanço próprio, das pessoas que amamos e do coletivo. Infelizmente, a maioria que não tem acesso não sabe nem um milésimo do que se passa no dia-a-dia de seu País, quiçá em sua História, (in)justamente, por serem vitimas desse sistema opressor hegemônico que rouba literalmente as possibilidades de acessos a Educação e Saúde, ao Transporte e Segurança Públicos, entre todos os outros direitos conquistados a duras penas, mas constantemente cerceados por negligência e corrupção. Mas, se esse mesmo um milésimo passar a se preocupar com o bem do seu entorno, já será uma grande mudança. 

Protestar é preciso, mas é igualmente preciso que saibam a fundo conjecturar o porquê, o como, o para que, para onde, para quem e o 'ok, então qual o próximo passo?' O Brasil, mais do nunca, precisa de gente focada, interessada, bem informada, coerente com as demandas de opressão e todas as pautas necessitadas de igualdade e liberdade. Comprometida e com atitudes construtivas de forma coletiva, para somar. E para protestar, sim! Garantido pela Constituição. Mas de forma séria e responsável. Com muito mais pautas progressistas e muito menos mimimi e provocações do jogo podre de poder institucional.

Sou otimista, e ainda tenho esperança de que todos nós brasileiros optemos por mais informações e maior participação política para si, para o próximo e, assim, de forma mais justa para o coletivo, fazemos todos melhores escolhas para nossas vidas e nas urnas. Afinal, a democracia precisa se fortalecer e, para isso, essa reforma íntima precisa acontecer. Não está nada fácil, mas uma coisa é fato: Toda reforma só acontece de dentro pra fora. A próxima, precisa ser Política sim, mas de mão dada com a justiça e a política social, com a ambiental, com a econômica, tributária, agrária, entre outras, afinal o País merece se desenvolver e progredir de forma inteligente e sustentável, de fato. Sem retrocessos covardes e uma polarização inconsequente por poder a qualquer custo. Antes que o Brasil e todos os brasileiros morram atropelados pela política mórbida fascista hegemônica e egocêntrica. Tudo, menos isso.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Belo Monte: até quando?



Carta no. 8: o massacre foi anunciado e só o governo pode evitar


"Nós ocupamos o canteiro de obras de Belo Monte. Nós estamos defendendo nossa terra. Uma terra muito antiga que sempre foi nossa. Uma parte vocês já tomaram. Outra vocês estão tentando tomar agora. Nós não vamos deixar.
Vocês vão entrar para matar. E nós vamos ficar para morrer. Nós não vamos sair sem sermos ouvidos.
O governo federal anunciou um massacre contra os povos indígenas, os 170 guerreiros, mulheres, crianças e lideranças e pajés que estão aqui. Esse massacre vai acontecer pelas mãos das polícias, da Funai e da Justiça.
Vocês já mataram em Teles Pires e vão matar de novo quando for preciso para vocês. Vocês mataram porque nós somos contra barragens. Nós sabemos do que vocês são capazes de fazer.
Agora quem pediu para nos matar foi a Norte Energia, que é do governo e de empresários. Ela pediu para o juíz federal, que autorizou a polícia a nos bater e matar se for preciso. A culpa é de todos vocês se algum de nós morrer.
Chega de violência. Parem de nos ameaçar. Nós queremos a nossa paz e vocês querem a sua guerra. Parem de mentir para a imprensa que estamos sequestrando trabalhadores e ônibus e causando transtornos. Está tudo tranquilo na ocupação, menos da parte da polícia mandada pela Justiça mandada pela Norte Energia mandada pelo governo. Vocês é que nos humilham e ameaçam e intimidam e gritam e assassinam quando não sabem o que fazer.
Nós exigimos a suspensão da reintegração de posse. Até dia 30 de maio de 2013, quinta-feira de manhã, o governo precisa vir aqui e nos ouvir. Vocês já sabem da nossa pauta. Nós exigimos a suspensão das obras e dos estudos de barragens em cima das nossas terras.  E tirem a Força Nacional delas. As terras são nossas. Já perdemos terra o bastante.
Vocês querem nos ver amansados e quietos, obedecendo a sua civilização sem fazer barulho. Mas nesse caso, nós sabemos que vocês preferem nos ver mortos porque nós estamos fazendo barulho."
Canteiro de obras de Belo Monte, Vitória do Xingu, Pará, 29 de maio de 2013


Você pode ajudar


A ocupação precisa ajuda com crédito para celular e moções de apoio. 
Quem puder ajudar envie um email para ob-monte@bol.com.br

Mutirão pela Cidadania com qualquer quantia:
Caixa Econômica Federal
Agencia: 0551 – Conta: 1532-7 – OP 003 – CNPJ: O1993646/0001-80