terça-feira, 2 de julho de 2013

Das Pequenas Velas Acesas

              De fato, nunca me interessei por manifestações em terras tupiniquins. Faltava um condão de veracidade e vontade nestas. Aquele rastro de luz, em meio ao blecaute intelectual, para focar a atenção e determinar um caminho a ser seguido. No fim, após longos anos em profunda escuridão, o brasileiro encontrou uma pequena vela, de R$ 0,20, que lhe abriu os olhos e lhe fez repensar sobre o cotidiano.

              Em São Paulo, os R$ 0,20 foram a chama de consciência para os aumentos abusivos ocorridos nos últimos anos, sem uma melhoria efetiva do transporte público. Ademais, juntou-se os exagerados discursos sobre a Copa das Confederações realizados por emissoras de televisão e por "artistas esportivos", isto é, comentaristas - em sua maioria -, intelectualmente debilitados que acreditam que estádios são mais importantes do que hospitais.

              Difícil ficar cego frente a duas situações tão díspares. O esporte deve agir como forma de entretenimento e não como um pano escuro de teatro, o qual não permite observar a movimentação no camarim.

              Stephen Colbert, do programa americano Comedy Central, foi irônico ao questionar a razão de nossa insatisfação diante de ícones como Pelé, o Cristo Redentor e o samba de Carmem Miranda. Em determinada parte de seu programa, também nos satirizou com nossa preocupação pela estética e por nosso, em seus dizeres, desejo insaciável por sexo.

               Você e eu sabemos que o Brasil não se resume a estas insignificâncias, mesmo que a mídia as propague reiteradas vezes, em diversos horários, com a tonalidade global. Trata-se, ao meu ver, de um povo em busca de conhecimento e reconhecimento em diversas áreas, das artes à tecnologia, com suas diversidades advindas da extensão de nossa pátria. Um País que busca se globalizar e ser mais influente com o pensar e não com o jogar.

               E, mesmo que seja em um jogo, que seja mais competitivo e que efetivamente demonstre vontade de vencer. Pare de brincar - sempre. De sorrir - sempre. Sorria quando seus objetivos forem alcançados. A pequena vela que guiou milhares, apagou-se em tempo. Outras surgirão e devem, também, movimentar e nortear a solução de novas questões.

               Pelo menos, estes são os votos de quem vos escreve.

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